sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

capítulo 12

Fico olhando o cachorro quente na minha mão e suspiro.
- Adoro o cachorro aqui do "Come Cão", mas na fase que eu tô, até isso não tá bom.
- O cachorro tá ótimo, tu é que tá azedo. Eu sei qu tu tá sofrendo Soda - ela é a única pessoa que me chama assim - então desabafa de uma vez e tira essa mulher da tua cabeça.
- Tira essa dor de que jeito? É muita frustração para um homem só.
- Que frustração Soda?
- Como assim que frustração? A frustração de mais um relacionamento fodido. Eu não sou mais criança, tenho 42 anos, será que minha vida é isso? Levar foras e ficar sozinho? Eu vou acabar virando o tiozinho das festas em família!
Paulinha ri.
- Qual é a graça guria?
- Até para sofrer tu é um exagerado. Não te preocupa que tu não vai morrer sozinho.
- Como é que tu sabe disso?
- Da mesma maneira que eu sei que eu não vou ficar sozinha.
- Eu gostaria de ter essa confiança.
- Esse é o teu problema, tu não acredita em ti, isso deve ser culpa das músicas depressivas que tu escuta. Tu precisa de mais guitarra e menos baixo na tua vida.
- Ah tá! Isso só poderia vir da guria poser que ama o Motley Crüe.
- Amo mesmo seu trouxa! Cala a tua boquinha e come teu cachorro que tá pingando mostarda na tua camiseta.
- Porras, minha camiseta do Bauhaus! E agora pra tirar essa mancha amarela? Que merda, nem pra comer um cachorro quente eu sirvo!
- Tu é um cabecinha mesmo... mas eu te adoro assim.
Poxa, essa guria é muito tri. Só ela pra fazer eu rir um pouco.

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