Mostrando postagens com marcador carol. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador carol. Mostrar todas as postagens

sábado, 31 de agosto de 2013

capítulo 39

Tá... e agora? O que que eu vou fazer da minha vida? Tô sem trabalho, acho que com as decisões idiotas que estou tomando, perdi a minha melhor amiga e ontem a Carol me intimou pra comprar uma moto e fugir com ela.

Que que eu faço?

E a banda? quando resolvo fazer algo, ou melhor, retomar algo que eu achava ser a melhor coisa da minha vida, volta toda essa merda com Carol. Puta que me lambeu! Por que que eu tinha que ama tanto esta mulher? E por que que ela tinha que ser tão gostosa?

E a Paulinha que está doente e eu estou virando as costas pra ela... o que que eu faço?

Ela quer comprar uma moto no próximo sábado e eu não sei o que fazer. Será que ela quer que eu pague a moto? Puta merda... não tinha pensado nisso, se for isso que ela quer eu tô fodido, pois vou ter que gastar toda a minha poupança pra fazer isto. Só que se eu não fizer, ela não vai querer ficar comigo. Mas também... não tem cabimento ela ficar comigo só por causa desta condição, ela não deveria se importar com estas coisas se ela me ama.

Eu tô só piorando a minha vida. só tô fazendo merda e agora não tenho nem coragem de falar com a Paulinha depois de ter deixado ela sozinha quando ela mais precisou de mim.

Que que eu faço? Compro a moto e fujo com a Carol? Esqueço tudo e monto a banda? Quem sabe eu fico com a Rose, ela é bem acessível... é... é isso que eu vou fazer, vou ligar pra Rose?

Não! Não posso fazer isso, vou aguentar e ficar com a Carol, afinal ela é o amor da minha vida... ou não.

Eu sou um merda!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

capítulo 38

Devo ter batido algum recorde, pois chego no Bar do Garça em menos de quinze minutos. Claro que chego em um estado deplorável, mas tudo bem, a Carol já tá acostumada com este meu jeito meio, digamos assim, largado... pra não mal vestido mesmo.

Bem, chego a tempo de ver a Carol descendo do carro e desfilando pela rua até onde estou. E o pior é que não estou exagerando no quesito desfile. Sério, a Carol não anda, ela desfila na frente das pessoas.

Ela vem na minha direção, eu começo a ficar nervoso - mais do que já estou - e para bem na minha frente.

- Soda - ai maldição, que voz ela tem - vamos parar com as bobagens e fugir de vez. É a tua última chance de fazer a coisa certa comigo, nem que eu tenha que te ensinar a ser o homem que eu quero.

Na boa, depois dela ter falado "Soda" eu não entendi mais nada, então acho que a coisa é eu concordar.

- Claro - eu falo tentando não me engasgar com a saliva de tão cagado que eu tô.

- Então tá, se tu concorda é o que nós vamos fazer. Me encontra na Bramoto, sábado que vem no começo da tarde que nós vamos comprar uma moto e dar no pé daqui.

Só um pouco, ela falou em fugir comigo?

domingo, 23 de junho de 2013

capítulo 37

Depois do filme, Paulinha e eu caminhamos por uma Avenida das Dores vazia. Estamos em silêncio e isto me perturba. Não sei o que falar pra ela, pior... não sei como ser uma pessoa agradável sabendo que ela está com algum problema. Tenho medo de falar até. Vai saber se não vou falar alguma coisa delicada. Poxa vida, eu nuca falei com alguém que está doente desta forma.

Penso em algum filme que tenha visto e lembro da música "Streets of Philadelphia" do Bruce Springsteen. bem que eu podia ter este dom para comentar sobre coisas tristes, saber poetizar sobre algo assim. Será que existe o termo poetizar? Será que eu inventei isto agora? Cara, do que eu tô falando, já tô pensando nas minhas merdas de novo ao invés de falar algo para a Paulinha.

Porras, ela tá tão bonita, como é que pode tá doente? Não posso acreditar nisto. Se bem que eu sou meio tapado mesmo, vai ver as pessoas doentes ficam assim e eu é que não note nada. Pouts, penseiem algo de novo e não falei nada.

Fala seu merda! Fala!

- Paulinha...

- O quê? - ela fala com um tom frio na voz.

- Eu não...

O meu celular toca, eu pego e vejo que é Carol. Que que eu faço? Que que eu faço?

- Atende duma vez Soda.

- Tá. - ainda bem que ela falou algo - Só vou atender e já te falo o que eu ia dizer. Ela nem repara na minha resposta, está olhando para o outro lado da rua e não vejo sua expressão.

- Alô.

- Oi Soda. - pourras, Carol! É a Carol! - Eu tô te ligando para marcar de falar contigo de novo, mas ninguém pode saber. Me encontra no Garça daqui a meia hora. Beijos.

Ela desliga e eu fico mudo. Olho para Paulinha.

- Paulinha...

- Vai Soda, nem me explica, apenas vai e te vira, mas não me liga durante um bom tempo.

Eu baixo a cabeça, não falo nada e disparo no meio da rua, acelerando o passo para chegar até o bar do Garça em meia hora.

Eu realmente sou um merda egoísta.

domingo, 18 de dezembro de 2011

capítulo 26

A Carol está olhando para o outro lado, para as pessoas que passam pela rua e eu não sei o que dizer.

- Tu não vai fala nada? - ela pergunta olhando para rua.

- E o que que eu posso te dizer?

- Nem sei se eu quero que tu diga alguma coisa, na verdade...

Ela olha para mim mas não fala nada, fica me fitando e eu fico nervoso com isso, imagino todas as coisas que estão passando pela cabeça dela e não acredito que sejam coisas boas ao meu respeito.

- Na verdade o quê? - eu falo com medo de ouvir a resposta.

- Nada não é melhor eu ir embora.

Ela levanta sem me olhar, vira as costas e sai da mesma forma que chegou e eu fico ali parado, pensando no que aconteceu e se vale a pena eu ir atrás dela. Olho um casal que entra no Cristal, sorridente, mãos dadas, falando alto e demonstrando em cada gesto o amor que eles sentem. Eu fico com vontade de chorar, de levantar e ir atrás da Carol nem que seja para ela me xingar e falar algo pra mim, mas não faço um gesto sequer. 

Fico quieto, respiro e pego o celular. Chama, mas ela demora a atender.

- Paulinha... quer tomar umas cervejas comigo aqui no Cristal?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

capítulo 25

Já são 18h em ponto e eu tô sentado aqui no Café Cristal tomando uma Coca Zero muito comportado. Nos fones toca "Teenage Kicks" do The Undertones e eu tento parecer tranquilo enquanto espero a Carol. Como que para me deixar mais nervoso, assim que eu penso no nome dela a dita cuja entra no Café.
Ela para um segundo na porta, me procura com o olhar e quando me vê abre um sorriso, o mesmo que me conquistou muito tempo atrás. Vem em minha direção, ela veste uma regata preta colada no corpo, um short jeans e esta de chinelinho de dedo, ou seja, já fiquei desconcertado apenas com a visão deste corpo feminino se aproximando de mim, o que dizer de eu falar com ela de novo.

- Oi. - ela diz e fica parada na minha frente.

Eu levanto e dou um beijo no rosto dela. WTF! Por que diabos eu fiz isso?

- Oi - eu falo querendo bater a cabeça na parede - quer sentar?
- Claro.

Eu puxo a cadeira pra ela e depois dela sentar me acomodo.

- Tu queria falar comigo?
- Como assim? - eu falo já com medo da resposta - Não era tu que queria me dizer algo?
- O que eu tinha pra dizer eu já disse na festa, tu é que me ligou depois.

Eu não acredito que ela me chamou até aqui para ficar neste papo besta.

- Tá mas lá na festa tu falou que tava errada não é? Eu nem tinha bebido então eu sei o que eu escutei.
- Eu lembro o que eu falei - ela baixa a cabeça e fica olhando para as mãos - e sei o que significa, mas não sei o que significa tudo o que está acontecendo.
- E o que tá acontecendo afinal? Tu bem que podia me explicar, pois eu não tô entendo porra nenhuma!
- Eu gosto de ti Soda.
- Se gosta por que terminou então?
- Não é tão fácil explicar.
- Pode não ser fácil, mas também não é fácil pra mim saber que além de me deixar tu fica com um cara escroto que tu jamais gostaria antes.
- Eu sei disso - ela continua com a cabeça baixa e isso me deixa cada vez mais nervoso - mas é que eu não sabia mais o que fazer, eu precisava de algo mais seguro pra mim.
- Seguro? Como assim seguro?
- Futuro sabe? Financeiramente, profissionalmente... uma vida mais tranquila, mais séria e não essas loucuras que tu passa querendo fazer toda semana.
- Loucura? Que loucuras que eu faço? - eu olho para os lados, coço a cabeça - Eu sou o cara mais comum que eu conheço, eu sou normal, um publicitário babaca como tantos outros!
- É verdade... como tantos outros, só que nunca ser nada mais do que isso, tu continua sendo explorado pelos outros e nunca tomou a iniciativa de ser um chefe, o dono de algo, continua se danando de tanto trabalhar para os outros, fazendo um trabalho muito legal, mas quem fica com o dinheiro, com a fama são os outros. Tu sempre vai ser um sonhador Soda... um peão pros outros. E ainda por cima...
- O que foi? - eu pergunto com medo do que pode vir na resposta.

Ela me olha bem nos olhos.

- Quando tu vai para de sonhar que tu um dia vai ser um rock star?

Eu sabia, o papo tinha que terminar assim.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

capítulo 24

São sete da manhã e eu ainda não dormi, tô sentado aqui  no sofá da sala desde que cheguei em casa de madrugada e acho que já furei o primeiro CD do Radiohead de tanto que eu toquei. Só que não prego o olho por causa da ansiedade que tô sentindo sabendo que eu vou conversar com a Carol hoje de tarde e tô me borrando todo só de imaginar o que ela vai me dizer, e o que é pior, não ter a mínima ideia do que ela vai me falar.
Sabe, nada é pior do que não saber o que nos espera. Tá... existem coisas piores como pegar o copo de leite gelado e não ter Nescau em casa, ficar com uma pusta vontade de ir no banheiro bem quando tu tá dentro do ônibus lotado e tomar cinco injeções antirábica por culpa de um cusco de rua que te deu uma mordida na batata da perna, mas fora isso... ficar esperando é algo muito tenso pra mim.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

capítulo 23

Então ela estava esperando eu ligar. E agora... o que eu falo? Toda a conversa sobre o quanto ela me faz falta e o quanto eu quero sentir o cheiro da sua pele novamente passam pela minha cabeça, mas não abor a boca para falar nada.
- Soda? - ela fala com aquela voz que me deixa besta - tu não vai falar nada?
- Eu... eu... gostou da festa? - festa? que merda é essa? com tudo que eu tenho para falar e perguntar eu pergunto sobre a festa! Eu sou um merda!
- Gostei, mas não quis ficar muito, não tô com pique de festa, tenho muita coisa para pensar.
Coisas para pensar? O que ela quer dizer com isto? Será que ela tá pensando em mim? É isso que ela quis dizer?
- E tu tá pensando... em algo... específico? - droga, nem consigo falar como homem, tô com a perna tremendo, eu não devia ter ligado.
- Tô. E tem relação contigo. - ela fala isso da forma mais natural possível.
- Eu? Ah, tu tá de brincadeira. - tento parecer um cara tranquilo, mas acho que passo por idiota mesmo. - Eu? Por que tu ia tá pensando em mim?
- Sim, até eu fiquei me perguntando o motivo disso. - ela sorri, droga, tá rindo da minha cara, eu sou um idiota mesmo.
- Tá e isso significa o quê?
- Olha, agora da tarde para falar pelo telefone, vamos nos encontrar amanhã de tarde.
- Já é de madrugada, tu quer dizer amanhã, amanhã, ou amanhã, hoje de tarde?
Escuto a risada dela e imagino ela deitada no sofá da sala, só de camiseta e calcinha.
- Só tu né Soda! Sempre literalista, eu quis dizer hoje de tarde então.
- Ah... tá, beleza! Onde?
- Vamos nos encontrar ali no Café Cristal, ali na Pasqualine?
- Pode ser, faz tempo que não vou ali.
- Então tá, amanhã às 18h, pode ser?
- Pode sim. - eu acho que eu tô gaguejando - Combinado, amanhã às 18h no Café Cristal.
- Então té mais, beijo.
- Beijo.
Ela desliga e eu fico parado ali na rua. 
Ao longe alguém com insônia escuta "Everything Flows" do Teenage Fanclub e eu encho os olhos d'água. Merda, que medo... o que ela conversar comigo? Não vou aguentar dois foras da mesma mulher. Carol... o que tu quer comigo?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

capítulo 22

Penso no que o elefantinho me fala e resolvo ligar para a Carol. Sei que não é a melhor coisa do mundo ligar para a mulher que a gente ama estando bêbado, mas creio que não tenho muito mais a perder.
Levanto, começo a caminhar, pego o celular e ligo para ela... começa a chamar... ao longe escuto "Pictures of You" do The Cure saindo de alguma janela.
Ela atende:
- Oi.
- Oi. - digo eu, e me arrependo de ter ligado pois vejo que vou ficar mudo e sem saber o que dizer.
- Eu estava esperando tu me ligar.
Ela fala isso e eu penso que Deus existe e que ele se comunica comigo através de um gimmick dos anos 70, isso, ou a vodka que eu tomei me deu o maior barato.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

capítulo 20

Caminho sozinho pelas ruas na volta para casa. Carrego junto uma garrafa de vodka que peguei na festa. O celular no bolso me convida para uma ligação para a Carol, mas ao invés disso eu sento no meio fio e tomo mais um gole.
Resolvo beber para esquecer, ou para entender, ou até morrer... não sei mais o que pensar, só lembro de Carol na festa.
- Você devia ligar pra ela.
Levo um susto, olho para trás para ver quem falou e não acredito quando dou de cara com o Elefantinho da Shell e ainda por cima com o mesmo uniforme amarelo dos antigos comerciais de TV.
- Como? - Eu falo sem acreditar que estou respondendo para um desenho animado.
- Para a Carol! Você devia ligar e falar com ela. - A voz dele não me é estranha.
- Tem certeza? - não acredito que eu falei de novo com ele.
- Claro que tenho. - Essa voz, eu conheço, só não lembro bem de onde.
- E como eu você pode ter certeza?
- É o que eu faria. - ele senta ao meu lado.
- Você ligaria para a Carol?
Ele pega a garrafa de vodka da minha mão e toma um longo gole e limpa a boca com a manga do seu macacão amarelinho.
- Claro que sim

domingo, 27 de março de 2011

capítulo 19

"Dark is The Night for All" do A-ha toca na festa.
Duas gurias vestindo apenas calças de couro e nada mais se beijam e se devoram sobre a mesa de centro da sala.
Eu olho a cena mas não penso e nem sinto nada pois minha mente está longe daqui.
Paulinha fala alguma coisa mas apesar de ver seus lábios se moverem não escuto nada.
"Talvez eu tenha me enganado"... essas foram as palavras da Carol, sussurradas em meu ouvido. E não é isso que me chama mais atenção, o que não consigo esquecer é o olhar dela ao me falar isso. Não consigo para de pensar em seus olhos enquanto ela partia depois de me falar essas palavras.
A festa não significa mais nada pra mim, eu só penso no que isso pode significar,
O dj toca "Stay On These Roads" do A-ha e acho que ele está de sacanagem comigo.

capítulo 18

Chegamos na dita festa e já percebo que a casa do Kibe está transformada em uma verdadeira FUN HOUSE.
Paulinha e eu vamos de ambiente em ambiente caminhando entre cyberpunks de cabelos descoloridos, clubers vestidos com roupas ultra-coloridas de ciclistas, casais gays que se beijam com extrema paixão visceral e rockers tecnológicos viciados em morfina.
Ao entrar na sala para pegar uma cerveja na piscina infantil cheia de gelo que serve de cooler de bebidas dou de cara com Carol. Ela fica me olhando fixamente e me desconcentro.
Pego uma cerveja, abro e entrego para Paulinha, pego uma pra mim, abro e tomo um gole percebendo que Carol não tira os olhos de mim. Ela vem em minha direção. Fico nervoso e não sei o que fazer. Ela se aproxima de meu ouvido e sussurra com aquela mesma voz rouca que eu ainda amo.
- Talvez eu tenha me enganado.
Ela fala séria e se afasta de cabeça baixa enquanto toma um gole de vodka.
Eu fico imóvel.
Os primeiros acordes de "Never Surrender" do Corey Hart começam a tocar na festa e parece que o dj escolheu aquela música especialmente para mim.

domingo, 13 de março de 2011

capítulo 17

Paulinha chega na hora marcada, pontualmente, e tomamos o rumo da festa.
Ela liga o som do carro.
- Quer escutar alguma coisa?
- Qualquer coisa.
- Então, como é noite de festa, nada melhor do que começar com o primeiro do Van Halen.
Ela coloca a música e os primeiros acordes de "Runnin' With The Devil" estouram dentro do carro. Eu escuto a música e vejo que está noite promete, quem sabe sirva como um exorcismo e eu consiga tirar a puta da Carol da minha cabeça.
-Olha, eu só tenho que te dizer uma coisa. - Paulinha fala bem devagar, como se estivesse escolhendo as palavras para me dizer algo - Eu fiquei sabendo quando tava vindo te pegar.
- Fala mulher!
- A Carol vai tá na festa.
Puta merda... lá se foi meu mundo e minha confiança. É hoje a noite da minha lenta morte.

quarta-feira, 2 de março de 2011

capítulo 16

Acordo e já é noite. Acredito que isso pode ter acontecido devido a combinação do presunto azul que comi e que me fez ficar numa procissão cama-banheiro-cama com meu íntimo ser notívago que é mais chegado aos desvios da escuridão do que ao clarão da luz.
Tomo um banho, me visto e ligo para a Paulinha.
- Alou.
Sim, por incrível que pareça ela atende o telefone com essa pronúncia.
- Oi minha única amiga!
- Oi Soda, eu já ia te ligar. Queria saber como foi a noite passada pra ti.
Lembro bem do que foi minha noite passada mas prefiro não falar nada.
- Nada de anormal - falo aparentando ser um cara calmo e descolado - apenas mais uma noite assombrado pela lembrança da Carol e do que aquela puta tá fazendo junto do ex-marido.
- Ah Soda, esquece essa guria, isso já é passado!
- Fácil falar.
- Tá, olha só, eu quero o teu bem, e entendo que você está arrasado, mas agora não adinta mais pensar nisso, a vida continua e ela vai pagar pelas merdas que fez com você. Agora segue o baile e toca a tua vida.
Essa mina sabe como me fazer bem.
- Tá Paulinha, então vamos fazer alguma coisa, pois eu não quero mais ficar em casa.
- Então vamos na festa lá na casa do Kibe, eu te pego daqui uma hora, me espera lá embaixo.
- Feito, tô te esperando.
Uma festa na casa do Kibe é tudo que eu preciso para esquecer a Carol - merda, já tô pensando nela de novo - e me sentir um pouco mais vivo. Se for como a última festa que eu fui será bizarro, pois tinha um show de travestis, uma briga de anões nus, um bode chamado bendengo e uma banda de rock boliviana.
Eu nem lembro como eu cheguei em casa depois daquela festa, mas lembro que teve gente que nunca mais apareceu, e quem apareceu nunca mais foi o mesmo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

capítulo 13

Paulinha me deixa em casa mas eu não subo, fico olhando ela partir até o carro sumir na esquina. Meu humor não melhorou mas conversar com ela já me fez sentir vivo, o que já é um começo.
Só tem um problema, não tenho coragem de subir e ficar sozinho em casa. Nem pensar! Essa hora deve ter algum boteco aberto nesta cidade. Quem sabe eu tomo todas e durmo até o ano que vem. Até lá já vou ter esquecido a Carol, ou quem sabe tomo todas e acabo descobrindo que na verdade estou dormindo.
É isso!
Eu sou apenas o meu sonho, ou o sonho de outro!
Eu sou o pesadelo de um viciado em heroína, um junk necrófilo!
Caralho, só pode ser isso, afinal, qual seria a explicação pra todas essas pessoas que sempre estão escutando pagode ao meu redor.
E se... e se... e se, porra nenhuma! Como eu penso merda inútil, há vinte minutos eu tô parado em frente ao meu prédio, simplesmente não pensando em nada e ainda não fui procurar um bar.
Eu sou um merda mesmo!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

capítulo 07

Dudu conta que foi a própria Carol que fez o favor de contar pra todos no trabalho que tinha terminado comigo e estava voltando com o ex, ou seja, além de ser uma vaca, ela é uma cadela fofoqueira, o que só contribui com a minha ideia, junto com o fato de ela ser uma mula de tão burra, de que a Carol é um zoológico ambulante e ainda por cima me fez ficar com a maior cara de otário.
Agora me pergunto: o que uma porra de uma mulher como ela tem na cabeça pra fazer isso? Imagino que só merda!
Em função dos últimos acontecimentos penso em minhas opções:
  1. inventar um história e falar que eu é que cansei por ela não chupar bem e quando chupava, mordia;
  2. esperar a Carol chegar e socar a cara da infeliz até ela engolir os dentes;
  3. sair do emprego.
Bem... parece meio óbvio o que eu fiz, acabei saindo do emprego, mas não da forma que eu imaginava, muito menos da que vocês pensam.
Logo que o Dudu me falou tudo, saí contando pra todo mundo ouvir que a Carol era uma nulidade na cama e eu já tava pensando em dar um fora nela. Só que enquanto contava, fui ficando cada vez mais nervoso e com mais raiva daquela puta, que por sinal, chegou bem na hora acompanhada do ex/atual, o que me fez explodir e partir pra cima deles, mas como sempre fui uma ameba em brigas, tropecei nas próprias pernas e acabei dando um soco na parede.
Resumindo, fui demitido por tentar agredir uma colega de trabalho e ainda por cima ganhei uma luxação na mão.

domingo, 23 de janeiro de 2011

capítulo 06

Chego no trabalho e abro a porta vagarosamente, olho ao redor e não vejo a Carol, me sinto aliviado e vou direto para a minha mesa. Mal me acomodo e o Dudu, que senta no cubículo ao lado, espicha a cabeça entre as divisórias.
- E a Carol hein?
- O que tem? - falo tentando manter a calma e sabendo que não estou conseguindo.
- Todo mundo já tá sabendo que ela te deixou.
Que ótimo... meu dia será pior do que eu supunha.

capítulo 05

O romance, se é que posso chamar assim, começou um mês depois que eu comecei no trabalho e durou um ano. O pior é que tinha tudo para não dar certo, mas por um momento eu acreditei que comigo era diferente e esse foi meu erro, eu acreditei que os opostos se atraem e em toda essa merda que vemos todos os dias em romances açucarados, comédias românticas e novelas de mau gosto.
Mas eu não sou o único culpado disto, a Carol me convenceu que daria certo. Ela tinha acabado de se separar de um ignorante, ruim de cama - segundo palavras dela - e falava que tinha visto em mim, na minha pessoa desengonçada - palavras minhas - o verdadeiro amor.
Que lindo isto né?
É... até poderia ser ser maravilhoso, um conto de fadas e fodas - o trocadilho infame é necessário e permitido pois o sexo com ela era fenomenal. Mas não foi nada disso que aconteceu, um ano depois, sema mais nem menos, ela simplesmente chegou pra mim e disse que estava tudo acabado, que ela estava enganada e que voltaria para o ex. Sim, o mesmo ex que ela chamava de ignorante e ruim de cama.
O que eu poderia fazer, pelo jeito até mesmo um troglodita/brocha é melhor do que eu.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

capítulo 04

Como eu disse, a vaca da Carol trabalha no mesmo local que eu, só que na produção dos ensaios fotográficos, e ao mesmo tempo é uma pretensa estilista.
Eu não sei ao certo os motivos que me fizeram ficar apaixonado por ela, afinal é o tipo de guriazinha arrogante, patricinha, mimada pelo papai, que sempre me irritou. Acho até que no começo eu não gostava dela, na verdade eu me apaixonei pela ideia de ter uma mulher linda que dizia me amar e me chamava de "homem singular", pois ela acreditava que eu era original e diferente dos outros.
Só que mesmo eu não querendo, eu me apaixonei, e aí... já era!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

capítulo 02

Já está amanhecendo e passei a noite acordado. Devo ter furado o CD "The Queen is Dead" do The Smiths de tanto que escutei durante a madrugada.
Estou cansado, meio bêbado e tenho que trabalhar. Sim... pode não parecer, mas eu trabalho, e isso não é o pior no meu dia, a merda toda é que a Carol trabalha no mesmo lugar que eu.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

capítulo 01

Meu nome é Sodaboy.
Tu achas estranho? Pois poderia ser pior, eu quase fui chamado Montain Dew Jr.
Além do mais, isso não tem nada de estranho perto do que é a minha vida. São 3h20min da manhã, horário que nem deus está acordado e eu ainda estou aqui, sentado no meio da sala do meu apartamento vazio. Já tomei toda a quantidade permitida de vodka para um ser humano antes do coma e mesmo assim não consigo pregar os olhos, muito pelo contrário, não paro de pensar na Carol.
Quem é Carol?
Bem, Carol é a vadia que me deu um pé na bunda um dia depois de dizer que me amava e que eu era o homem da vida dela.
Sim, pode até parecer esquisito um homem como eu, de 42 anos, não conseguir lidar com a rejeição, mas o que eu posso fazer, esse sou eu, um velho adolescente que usa cabelo moicano, camisetas do The Clash e sonha, ainda, em ter uma banda punk.
Mas voltando ao que eu comentava, não consigo dormir pois oito horas atrás, levei um fora da Carol.