A Carol está olhando para o outro lado, para as pessoas que passam pela rua e eu não sei o que dizer.
- Tu não vai fala nada? - ela pergunta olhando para rua.
- E o que que eu posso te dizer?
- Nem sei se eu quero que tu diga alguma coisa, na verdade...
Ela olha para mim mas não fala nada, fica me fitando e eu fico nervoso com isso, imagino todas as coisas que estão passando pela cabeça dela e não acredito que sejam coisas boas ao meu respeito.
- Na verdade o quê? - eu falo com medo de ouvir a resposta.
- Nada não é melhor eu ir embora.
Ela levanta sem me olhar, vira as costas e sai da mesma forma que chegou e eu fico ali parado, pensando no que aconteceu e se vale a pena eu ir atrás dela. Olho um casal que entra no Cristal, sorridente, mãos dadas, falando alto e demonstrando em cada gesto o amor que eles sentem. Eu fico com vontade de chorar, de levantar e ir atrás da Carol nem que seja para ela me xingar e falar algo pra mim, mas não faço um gesto sequer.
Fico quieto, respiro e pego o celular. Chama, mas ela demora a atender.
- Paulinha... quer tomar umas cervejas comigo aqui no Cristal?