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quinta-feira, 25 de abril de 2013

capítulo 35

Já faz uma semana que não falo com a Paulinha, desde aquela noite em que ela me falou que está com câncer, não soube o que fazer. Pensei em ligar várias vezes, mas na minha cabeça sempre ficava aquela coisa chata do tipo " o que que eu falo". Pior é que sempre sou assim, não tenho jeito para falar ou lidar direito com as pessoas e muito menos em situações que exijam uma certa atenção.

Eu sei, eu sei, parece uma coisa muito fria da minha parte eu agir desta maneira, mas fazer o quê, eu sou um merda mesmo.

É capaz de eu ligar pra ela e acabar algo do tipo "Tu tá melhor", como se ela estivesse com uma gripe e não com câncer.

Droga... eu sou covarde ao extremo e isto não pode continuar assim, pelo menos não no caso da Paulinha, ela é a minha melhor amiga, eu respeito muito ela, admiro ela pra carai e mesmo pensando umas bobagens sexuais, jamais faria  a merda de estragar o que nós temos.

É isso, eu vou falar com ela... e melhor, não vou ligar, vou pegar ela no trabalho e convidar pra ir no cinema e depois ela vir aqui pra casa pra gente comer alguma coisa e escutar música.

domingo, 31 de março de 2013

capítulo 34

Comer aquele cachorro-quente foi estranho, depois da Paulinha falar que tem câncer eu não tive como falar mais nada, qualquer coisa que eu fosse dizer sobre minhas loucuras sentimentais e minhas trapalhadas sobre a Carol seria muito pequeno perto do problema dela.

Comemos em silêncio, levantamos e fomos até a casa dela sem falar nada. Ao chegarmos parei em frente à porta e fiquei olhando para ela. Paulinha também não disse nada, me olhou bem nos olhos e nos abraçamos com força. Aquele momento pareceu durar uma eternidade, e no fundo eu queria que durasse isto. Ela me dá um beijo no rosto e entra.

Saio dali e vou direto pra casa, ao chegar pego um antigo vinil do The Cult que Paulinha me deu e coloco na faixa 3 do lado B do álbum "Love". "Revolution" começa a tocar e eu caio no choro.